terça-feira, 17 de julho de 2007

na poesia


o que é que se move tão mansamente
entre as malhas da poesia
talvez uma aragem doutro mundo
uma flor de maresia

pode ser apenas um prisma
que decanta a cor do sangue
e depois? como respiramos
o presente?

talvez num poema haja escarpas
e alturas com asas delta
que nos aproximam de um deus ascético
talvez perdure a morte

estamos no silêncio como num atlas
desconcertante

imoderadamente bebemos
as fontes da melhor água porque
na poesia toda a verdade se enaltece
toda a mudez é fala
e o amor? a eterna prece...