mãos fantasmas me lavam como rosas
meu corpo em lua consente o fogo
meu corpo em lua consente o fogo
em que me gozas
a asa rubra de uma pluma
a crina solta a lágrima aflita
busca o beijo onde a maldição
se conjura e multiplica
a asa rubra de uma pluma
a crina solta a lágrima aflita
busca o beijo onde a maldição
se conjura e multiplica
perguntas, lugares das trevas,
de onde vem a vaga
a húmida serpente?
sim, admito o teu poder
uma mão de ferro que me fere
e funda sob as tuas mãos ocultas
a tua mão rasa a pele e rasga o selo
noutro mundo ancorada
a nota aguda o claro desejo
de onde vem a vaga
a húmida serpente?
sim, admito o teu poder
uma mão de ferro que me fere
e funda sob as tuas mãos ocultas
a tua mão rasa a pele e rasga o selo
noutro mundo ancorada
a nota aguda o claro desejo
admito a minha força
na mancha azul da penumbra
eu me distendo e estendo
na contensão do risco
que quero lento e agudo
na mancha azul da penumbra
eu me distendo e estendo
na contensão do risco
que quero lento e agudo
pelas unhas
lavras as razões do corpo
no meu ventre cravejado de doçura
eu solto a pauta
no meu ventre cravejado de doçura
eu solto a pauta
acendo um candelabro
no silÊncio do teu corpo
e as duas vontades
juntas rasgam fundo
sim, admito
juntas rasgam fundo
sim, admito
não te anuncias pelo corpo
o teu lugar não é do mundo
as catacumbas do presente
vazias vomitam morcegos
o teu lugar é o passado a cicatriz antiga
a renda empunhada
o entardecer obscuro da pele
que absorvo no sangue puro mel
sim, existes, sente o grito
em que me clamas
tua serva concubina
sou a mesma vontade que te
prende na penumbra
a palavra e a ilusão que buscas
o teu lugar não é do mundo
as catacumbas do presente
vazias vomitam morcegos
o teu lugar é o passado a cicatriz antiga
a renda empunhada
o entardecer obscuro da pele
que absorvo no sangue puro mel
sim, existes, sente o grito
em que me clamas
tua serva concubina
sou a mesma vontade que te
prende na penumbra
a palavra e a ilusão que buscas
sim, partimos juntos
e tu perguntas, lugares das trevas
de onde vem a vaga
a húmida serpente
a morte que nos reúne
e tu perguntas, lugares das trevas
de onde vem a vaga
a húmida serpente
a morte que nos reúne
e nos renasce sempre?