.
A brisa beija o corpo do poeta adormecido.
Branda claridade dispara nos seus sonhos
E um espelho quebra-se em mil e um tiros
Mil e uma palavras dispersas nas virilhas,
Despertas as sílabas e os versos reacendidos
As mãos banindo, cegas, os cravos agredidos
Cravaram-lhe no peito um punhal de ironia
Não chorou. Despiram-lhe as palavras frias
Em nua exposição à flor dos sonhos e dos dias.
Não amarfanhou no peito nenhuma rosa ungida.
E a sede de aventura dorme ferida a seu lado
O sono profundo dos deuses entediados
Partiram almudes no sonho do Poeta,
Ânforas vis e conchas de sol desertas
E o Poeta em bocados reclinou o sonho seu
E fez da incerteza a espada perversa
E esventrou do seu corpo a fera ilusão,
Compondo um ritual de busca e rejeição
Arderam no seu altar todas as sementes
Beberam-lhe o vinho ungido da paixão
Profeta que foi das feridas e outras dores
Deposto que foi como rei da multidão
Crucificado como verbo sem flexão
Anjo da paz que nenhum céu acolheu
Porque o Poeta esventra o mal dos inocentes
Decantando o aroma oculto das palavras
Soprando as crinas dos cavalos soltos
No vento, na lua, pelos areais da ventura,
Ou nos pântanos sôfregos de sofrimento...
As palavras, laços desatados, de si esvoaçam.
E eu plantei um poema na ilharga da manhã.
Farpas que se cravam na nova nascente e sede
Dos dias e das manhãs. Murmúrios em sono envoltos.
Últimos acordes. Melodias que ficaram
Da noite dos pássaros. O poeta acorda. Passos.
Faça-se sol. O tempo arde. Prossegue o sonho.
O poeta é colorido e espanta o medo...
Branda claridade dispara nos seus sonhos
E um espelho quebra-se em mil e um tiros
Mil e uma palavras dispersas nas virilhas,
Despertas as sílabas e os versos reacendidos
As mãos banindo, cegas, os cravos agredidos
Cravaram-lhe no peito um punhal de ironia
Não chorou. Despiram-lhe as palavras frias
Em nua exposição à flor dos sonhos e dos dias.
Não amarfanhou no peito nenhuma rosa ungida.
E a sede de aventura dorme ferida a seu lado
O sono profundo dos deuses entediados
Partiram almudes no sonho do Poeta,
Ânforas vis e conchas de sol desertas
E o Poeta em bocados reclinou o sonho seu
E fez da incerteza a espada perversa
E esventrou do seu corpo a fera ilusão,
Compondo um ritual de busca e rejeição
Arderam no seu altar todas as sementes
Beberam-lhe o vinho ungido da paixão
Profeta que foi das feridas e outras dores
Deposto que foi como rei da multidão
Crucificado como verbo sem flexão
Anjo da paz que nenhum céu acolheu
Porque o Poeta esventra o mal dos inocentes
Decantando o aroma oculto das palavras
Soprando as crinas dos cavalos soltos
No vento, na lua, pelos areais da ventura,
Ou nos pântanos sôfregos de sofrimento...
As palavras, laços desatados, de si esvoaçam.
E eu plantei um poema na ilharga da manhã.
Farpas que se cravam na nova nascente e sede
Dos dias e das manhãs. Murmúrios em sono envoltos.
Últimos acordes. Melodias que ficaram
Da noite dos pássaros. O poeta acorda. Passos.
Faça-se sol. O tempo arde. Prossegue o sonho.
O poeta é colorido e espanta o medo...