quarta-feira, 25 de abril de 2007

a palavra prometida

as palavras da noite cobrem devagar os cabelos brancos, como tinta de amoníaco as palavras são o banho lustral que tomo, tanto sono e tantas palavras no busto. são hordas de letras a desaguar onde as espero, no fundo tímido da alma, o sacrário do sentir. o fundo do deserto emerge de mim para ti, com os seus tesouros, as suas lâmpadas mágicas, dourados e coxins. prometi-te o sonho e só tenho palavras, prometi-te a alma só tenho palavras, prometi-te a lua e os astros, de novo as plavaras, prometi-me a ti, sou de novo a palavra.