Hoje despertei com tantos beijinhos! Foram os meus diabinhos a acordar-me ao contrário dos outros dias... Traziam-me tantas prendinhas lá da escola e dos tempos livres, e vinham tão felizes por mas dar... Coisas lindas que eles próprios manufacturaram e uma batelada de desenhos que ontem me fizeram espontaneamente... e qual deles era o mais bonito, queriam eles saber... Apesar de tudo, gostei mais dos beijinhos, tantos, tantos, os dois ao mesmo tempo a disputar-me a face. O mais velho veio com um perfume, já tem namoradas, consultou-as, foi prático e sensato e eu gostei. Vamos almoçar os quatro, num sítio com muito sol. Eles sabem que o nascimento de cada um deles, o primeiro sorriso, os primeiros passos, as primeiras palavras estão na minha memória como os momentos dourados da minha vida. E que sem eles eu não seria nada. Lembro aqui também a minha mãe, tão longe, tão só, porque a vida nos separou e se ela não sobrevive na cidade, eu não tenho futuro na aldeia e fico triste, tão triste, porque devia ter pegado no carro e ir passar com ela um bocado deste dia que fosse... Depois lembro-me que não devemos dar muita importância às datas. Ela sabe-me com ela todos os dias, a toda a hora e eu sei que lá longe, nas suas mãos velhinhas, anda um rosário que me reza os dias, devagarinho, na esperança de que se ilumine por cá o caminho da sua única filha...
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Um bom dia para todos
e em especial para as mães!
